O professor em filosofia Guilherme Freire analisa Duna: Parte 2, o que chama de "fim de uma era", devido à interpretação que faz de vários aspectos deste filme baseado na seminal obra de Frank Herbert. Contém spoilers. [Acesse a descrição completa]
Neste vídeo, o professor em filosofia Guilherme Freire analisa Duna: Parte 2 (Dune: Part Two), o que ele chama de “o fim de uma era” devido a uma interpretação que faz de vários aspectos deste filme baseado na seminal obra de 1965 de Frank Herbert. Trata-se de uma live exibida no dia 5 de março de 2024 que contém spoilers.
Duna: Parte Dois é um filme épico americano de ficção científica de 2024 dirigido e produzido por Denis Villeneuve, quem coescreveu o roteiro com Jon Spaihts. A sequência de Duna (2021), é a segunda de uma adaptação em duas partes do romance Duna. Segue Paul Atreides em sua jornada de herói até se tornar o líder do povo Fremen, do planeta deserto Arrakis, para travar uma guerra contra a satânica Casa Harkonnen, baseada na União Soviética, segundo o próprio Herbert. Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Zendaya, Charlotte Rampling e Javier Bardem repetem seus papéis do primeiro filme, com Austin Butler, Florence Pugh, Christopher Walken e Léa Seydoux se juntando ao elenco.
Assim como seu predecessor, Duna Parte 2 foi um sucesso de crítica e mercado, estabelecendo vários recordes de bilheteria e arrecadou mais de US$ 711,8 milhões em todo o mundo e tornando-se o filme de maior bilheteria de 2024. Uma sequência baseada no romance de Herbert de 1969, Dune Messiah, está em desenvolvimento, mas eu estou achando que esse vai ser meio esfregação. Sei lá.
Quanto à resenha de Freire, resolvi trazer por ser algo mais além do que as reviews mais do mesmo de cultura pop que tem-se aos montes por aí. Ele praticamente ignora bastante o que seria a interpretação “oficial” do Duna: Parte 2 e, em vez disso, identifica certos elementos que talvez nem tenham sido colocados de forma proposital pelo diretor. Seria algo similar ao que, em sua visão, aconteceu com o Tropa de Elite (2007), que foi feito pensando numa coisa, mas acabou dando em outra. Até certa altura, eu estava achando até meio psicodélica essa análise, porém ficou claro que ele sabia o que estava fazendo: ao mesmo tempo tirando um sarro e extraindo símbolos da trama que “são um tapa na cara da sociedade”. Ele também traz algumas curiosidades e resume o core do universo do Duna.
Já na minha análise, não vou fazer a tradicional piada pra irritar os nerds de que deveriam ter adaptado mais fielmente o enredo do Dune II – The Building of a Dynasty (aliás, se bem que podiam mesmo). Falando sério e resumidamente, gostei da Parte 2, mas não tanto quanto da primeira. A produção continua excelente e a narrativa muito bem estruturada, ao contrário do querido, porém brisado Duna de 1984. As atuações são boas no geral, mas praticamente todos os personagens e facções são detestáveis, salvando mais ou menos Stilgar e Gurney Halleck e sem deixar passar batida a Lady Jessica, mesmo sendo interpretada por aquela atriz hipnotizante. Já o papel mais insuportável sobrou pra Zendaya. Devia ter pelo menos uma facção maneira na trama que dava simpatizar, tipo os Aliados sob o comando do Ray Wise (Presidente Dugan) ou a Black Hand do Anton Slavik. Ou então podiam colocar o Stallone Cobra no lugar do Paul Atreides pra distribuir tiro e encher de porrada todo mundo sem aquelas embromações complicadas. Mas o que me incomodou mesmo no Duna: Parte 2 é que estava num ritmo bom até o troço da água da sandworm lá. Daí deram uma rushada sem-vergonha no filme que, do nada, acaba. Vai ver, os produtores falaram pro Villeneuve que estavam ficando sem grana e que era pra ele se virar lá. Vai saber.
Enfim, falta agora só a sua opinião aí nos comentários.
Vídeo adicionado em: 16 de junho de 2024
Categoria(s): Análises, Vídeos
Canal: Guilherme Freire
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Duração: 1:34:20