Street Fighter II′: Champion Edition

Poucos jogos conseguiram gerar tamanha obsessão.


19 de março de 2010

Street Fighter II’: Champion Edition, ou Street Fighter II Dash no Japão, foi a primeira e uma das mais populares atualizações de Street Fighter II: The World Warrior e um clássico de luta competitiva que dispensa comentários. Foi desenvolvido pela Capcom e lançado inicialmente em março de 1992.

Basicamente, SF2CE é similar em muitos aspectos ao original, mas traz todos os seus 12 lutadores selecionáveis (liberou os chefões), permite o combate entre dois personagens iguais, rebalanceia e inclui golpes, apresenta melhorias gráficas e de animações (tela de título, cenário e tal), confere diferenças entre Ken e Ryu em termos de gameplay e dá uma garibada geral no engine

Esse jogo foi (e ainda é, de certo modo) uma mania total. No Brasil, por exemplo, chegou a superar eu antecessor, aumentando ainda mais o número já enorme de fãs da série. Um sucesso de crítica e de mercado que rendeu muitos ports, ganhou muitos hacks e deixou um impressionante legado.

Vídeos

Acima, temos o playthrough completo do Street Fighter II’ – Champion Edition com o Ken.

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A playlist anterior, por sua vez, temos todos os nossos outros vídeos do game, incluindo alguns de seus hacks.

Legado

Poucos jogos conseguiram gerar tamanha obsessão como o Street Fighter II’: Champion Edition. Muita gente moeu muita grana em máquinas de fliperama no inicio da década de 90 (inclusive enfrentando a pivetada que frequentava bastante estes estabelecimentos), seja pra zerar, jogar contra, aprender golpes etc.

E não foi só por causa da novidade de se poder jogar com os mestres, algo impossível no original, que a Edição dos Campeões virou febre, mas também devido às bem colocadas mudanças na jogabilidade, nos golpes, comportamento do CPU, cenários etc. Além do fato de serem novidades, tais modificações deram um toque desafiador a um game que já mexia com o ego dos jogadores mais inveterados. Quando as máquinas de SF2CE surgiram, era considerado sinal de ser bom jogador aplicar o famoso “Shoryuken Triplo”, o Dragon Punch de três tempos que consiste em um combo (embora ainda não existissem os contadores de golpes), que começava com um soco (pulando, ou em pé), e terminando com os dois hits resultantes do Shoryuken. Dá pra aplicar até utam de quatro tempos também, dependendo. Aliás, diria que o SF2CE é pelo menos um dos games que estimularam a criação de contadores de combo, algo que apareceu embutido na série posteriormente com o Super Street Fighter II. Zerar também sem perder round, fazendo o “Final dos Campeões” (nome que a gente dava à sequência diferente que aparecia ao terminar o jogo, neste caso), também podia deixar um caboclo metido.

O sucesso do Street Fighter II original e desta sua versão foram tão grandes que a franquia ganhou ainda mais sequências, sejam elas não oficiais, hacks [2] e oficiais [3]. Mais tarde, surgiriam também o Super Street Fighter II Turbo, Super Street Fighter II Turbo, Street Fighter Zero/Alpha, dentre uma lista enorme de sequências, tributos (como o Street Fighte Mugen), clones e imitações que continuam a ser lançadas até os dias de hoje, décadas depois que o jogo foi publicado. E isso sem contar o enorme impacto na cultura popular e os desenhos, filmes e séries do Street Fighter que só foram possíveis depois do estrondoso sucesso do The World Warrior e da Champion Edition.

Deu pra ter uma ideia da magnitude da influência que esse game exerce? Talvez por isso que existia tanta gente viciada na época em que foi lançado e conta com muitos jogadores até hoje. O Street Fighter II’: Champion Edition deveria ser considerado patrimônio cultural. Não é à toa que foi um dos primeiros títulos a serem introduzidos no nosso Hall da Fama.

Curiosidades

  • O Street Fighter II’ Champion Edition era conhecido no Japão como Street Fighter Dash, provavelmente devido ao ‘ colocado no logo para distinguir esta versão do SF2 original.
  • O cartucho Street Fighter II Turbo: Hyper Fighting de SNES contém um port do Street Fighter II’: Champion Edition que é o seu Normal mode (modo Normal). O Turbo mode é o Street Fighter II Turbo mesmo.
  • Apareceram muitos hacks não oficiais da SF2CE que alteravam seu gameplay em menor ou menor grau, permitindo soltar poder no ar, trocar de personagem no meio da luta e outras doideiras. São os chamados “Street Fighters de Rodoviária” (embora na época fossem encontrados em qualquer fliperama comum), com alguns chamando erroneamente de “Street Fighter 3” também. Um hack muito popular é o M7, e um dos mais brisados é o Koryu.
  • O Street Fighter II Turbo: Hyper Fighting, a sequência imediata do SF2CE, foi uma alternativa da Capcom oficial à estas versões clandestinas citadas acima.
  • O port de Master System do SF2CE foi um dos maiores jogos em tamanho já lançados para este console. Era disponível apenas no Brasil, onde o Master ainda era muito popular na época (97). Como este era um título de 8 bits, alguns cortes tiveram que ser feitos. Existem apenas oito personagens jogáveis (Ryu, Ken, Chun-Li, Blanka, Guile, Sagat, Balrog e M. Bison) e o fundo é desprovido de animação. Alguns golpes foram omitidos também, como o Shoryuken. Além disso, como o controle original do Master System tinha apenas dois botões, a Tec Toy criou um joystick de seis botões para acompanhar o jogo que acabou virando o padrão para o console no Brasil..
  • O Street Fighter II’ – Champion Edition é tido como o 21º game feito para o hardware CPS-1.
  • A versão de Mega Drive/Genesis deste jogo contém efeitos sonoros retrabalhados e menos cores se comparada com a de SNES, mas bem mais rápida no modo Turbo.
  • Eu e meus irmãos tínhamos uma versão de PC do SF2CE que certamente era clandestina, mas era muito divertida e fácil de hackear (fiz meu próprio “Street Fighter de Rodoviária”). Se achar, certamente vou publicar algo a respeito dela aqui.
  • De acordo com a Capcom, até o dia 20 de junho de 2016, o Street Fighter II’: Champion Edition vendeu mais de 1,65 milhões de cópias em todo mundo.

Origem dos hacks

Há apenas três edições oficiais de SFII da Capcom pros fliperamas, pelo menos até que a mudança para o sistema CPS-2 fosse feita: Street Fighter II – The World Warrior, Street Fighter II’ – Champion Edition e Street Fighter II’: Hyper Fighting.

É interessante que o surgimento aqueles hacks doidões, que alguns inventaram de chamar de “Street Fighter de Rodoviária”, foi causado pelo lançamento do SF2CE. A Capcom originalmente disponibilizou este game apenas em formato dedicado – insistindo que apenas um número limitado dessas unidades dedicadas seria fabricado – e a Champion Edition nunca seria produzida em forma de kit. Entretanto, depois que todos que podiam pagar pelas máquinas investiram nas caras unidades dedicadas, a Capcom, um tanto inevitavelmente, começou a produzir o jogo em forma de kit, alegando que nunca sabia quanta demanda haveria pelo SF2CE.

Essa firma é muito espertalhona, mas o castigo veio a cavalo: enquanto os ganhos da Champion Edition começaram a diminuir, os infames (alguns muito divertidos) hacks começaram a aparecer. Muitos deles receberam nomes como ‘Turbo’, ‘Hyper’ e ‘Super’, incluindo ‘Rainbow Edition‘, ‘Koryu’ e ‘Accelerator T1’. O meu aprimoramento preferido é o ‘M7‘. Pelo que entendi, este esquema de kit acabou por facilitar o processo de hackear e lançar essas edições piratas do game.

Enfim, no início de 1993, a Capcom processou esses fabricantes por violação de direitos autorais e, assim, pôs fim ao desenvolvimento e distribuição desses kits de aprimoramento não autorizados. A Capcom então lançou o Street Fighter II’: Hyper Fighting (conhecido como Street Fighter II’ Turbo: Hyper Fighting no Japão), como a atualização “oficial” do SF2CE.

Isso, assim como os kits piratões do “Street Fighter de Rodoviária”, foi uma simples atualização de ROM para a placa “Champion Edition”. Mais tarde, a Capcom desenvolveu o sistema CPS-2, que apresentou Super Street Fighter II: The New Challengers e sua sequência Super Street Fighter II Turbo (conhecida como Super Street Fighter II X: Grand Master Challenge no Japão), a última edição oficial do SF2 até o lançamento de Hyper Street Fighter II: The Anniversary Edition, em 2003.

Ports

O Street Fighter II: Champion Edition saiu inicialmente aos fliperamas (março de 1992), mas seu sucesso lhe garantiu um bom número de ports para outras plataformas, inclusive improváveis. As versões oficiais do jogo (teve vários bootlegs) são:

  • PC Engine (12 de junho de 1993);
  • Super Nintendo (11 de junho de 1993, Street Fighter II Turbo – Hyper Fighting);
  • Mega Drive (28 de setembro de 1993);
  • X68000 (26 de novembro de 1993);
  • CPS Changer (1994);
  • Master System (setembro de 1997);
  • Saturn (3 de dezembro de 1998, Capcom Generation Dai 5 Shou Kakkutouka Tachi);
  • PlayStation (3 de dezembro de 1998, Capcom Generation Dai 5 Shou Kakkutouka Tachi);
  • PlayStation 2 (27 de setembro de 2005, Capcom Classics Collection vol. 1);
  • Xbox (27 de setembro de 2005, Capcom Classics Collection vol. 1);
  • PSP (2006, Capcom Classics Collection Reloaded);
  • Wii (13 de outubro de 2008);
  • Flash (julho de 2009).

Screenshots

Mais informações e Street Fighter

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2 comentários para “Street Fighter II′: Champion Edition”

  1. Marcelo Gomes disse:

    Existe para PS2 aquela versão Street Fighter que o Ryu e Ken soltam duas magias, alguém sabe ?

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