Doom 64

O sombrio FPS que se passa após o Doomguy impedir a invasão demoníaca à Terra.


18 de agosto de 2022

Doom 64 é um jogo de tiro em primeira pessoa e o quarto (ou quinto, dependendo de como se faz as contas) da épica franquia Doom, ou seja, oferece muitos demônios e zumbis para encher de bala. Foi desenvolvido pela Midway Games e lançado inicialmente ao Nintendo 64, o que se deu em 4 de abril de 1997.

Antes dos ports oficiais da Bethesda, o Doom 64 foi o único Doom para consoles que realmente deu certo, apesar de não ser uma conversão, mas sim um jogo totalmente novo, com uma atmosfera muito mais séria e sombria do que a original.

Publicado originalmente pela própria Midway e eventualmente convertido para Switch, PlayStation 4, Stadia, Windows, Windows Apps, Xbox One e Xbox Cloud Gaming, o Doom 64 foi bem recebido pela crítica — que elogiou seus gráficos, trilha sonora, design de fases e atmosfera — ganhando também, com o tempo, o status de cult entre os fãs. Além disso, conta com milhares de avaliações muito positivas no Steam e 4.4/5 no GOG, pelo menos até o momento.

Vídeos

Acima, temos o Celso Affini, do Defenestrando Jogos, jogando o Doom 64 numa live no canal Hadouken de Fogo. Entre recomendações do Brutal Doom 64 e discussões com espectadores teimosos a respeito de revolução e inovação, Affini manda ver no cartucho do Nintendo 64 (no emulador, na verdade), em praticamente 2 horas de stream. Note que o conteúdo começa aos 5:00 do vídeo.

O Civvie fez uma cobertura bem “pro-ish” do jogo. Em inglês.

Sinopse

Anos se passaram desde que você impediu a invasão demoníaca à Terra. Os complexos de pesquisa da UAC em Marte, que tinham sido colocados em quarentena por segurança, foram abandonados e esquecidos… até agora. Um sinal de um satélite deteriorado sugere que resta uma única entidade, e ela possui o poder de ressuscitar os demônios. Como o único fuzileiro sobrevivente que lutou contra as forças do Inferno, você é enviado em uma cruzada solitária para caçar a Mother of Demons e impedir uma nova invasão demoníaca.

P.S.: este é um resumo do enredo segundo o manual do Doom 64.

Apresentação

Lançado originalmente para Nintendo 64 em 1997, Doom 64 é um jogo de tiro em primeira pessoa de ação e sequência direta dos eventos de Doom II. Atravesse novos 30 níveis cheios de ação e fique atento a novas armas e segredos que te ajudarão a colocar um ponto final na ameaça demoníaca.

Gameplay

A jogabilidade do Doom 64 é semelhante aos seus predecessores. O Doomguy avança por 32 níveis, sendo 28 de história e 4 secretos, lutando contra demônios, coletando armas e chaves e ativando comutadores para chegar à saída do nível enquanto sobrevive a emboscadas e armadilhas mortais.

Visualmente, é um jogo muito diferente do Doom clássico, apresentando sprites totalmente novos de monstros e armas, novas texturas, efeitos pseudo-3D (como pontes), iluminação colorida, rolagem nos céus e scripts personalizados que permitem efeitos como transformação de ambientes e desova de itens. Além disso, os mapas do Doom 64 são totalmente novas, incluindo os secretos e desafiadores “fun levels”, que não podem ser acessados normalmente numa partida.

A exceção de alguns monstros, o plantel de inimigos do D64 é igual ao do Doom II, embora acrescente o Nightmare Imp, que se move e ataca duas vezes mais rápido que um Imp comum, e um novo chefão. Além disto, este jogo apresenta uma nova arma, a Unmaker, que pode ser atualizada com “chaves demoníacas” encontradas em níveis secretos. O upgrade aumenta a velocidade do laser, o segundo adiciona outro laser e o terceiro permite atirar três lasers que podem mirar simultaneamente, automaticamente e separadamente um do outro, permitindo acertar rapidamente três inimigos diferentes ao mesmo tempo e com grandes quantidades de dano.

Muitas mudanças foram trazidas dos ports de Jaguar e PlayStation, juntamente com ajustes adicionais feitos especificamente para o Doom 64, e muitos elementos de jogabilidade foram alterados. Dá pra ver a lista completa de alterações na seção “Gameplay developments” da entrada do game na Doom Wiki.

No mais, como dito, é o arroz com feijão da série. Tem pick-ups que dão bônus e/ou recarregam a saúde e/ou armadura, quase todo o arsenal precisa de munição, tem a Motosserra e o Soco Inglês, armas e munições podem dropar de inimigos ou spawnar pelos mapas etc. Quem já está acostumado com o protocolo clássico não vai estranhar muito aqui.

Destaques

A lista abaixo contempla os destaques do relançamento de 2020 do Doom 64, o qual saiu para comemorar o 25º aniversário da franquia numa versão melhorada para plataformas modernas que apresenta os seguintes aprimoramentos:

  • Visuais melhorados.
  • Controles de mouse e teclado melhorados.
  • Suporte para controle.
  • Suporte ao formato widescreen.
  • Suporte a 60 FPS nativo.
  • Mais de 30 fases cheias de ação.
  • “Lost Levels” adicionais que continuam a história.

Enredo

Após o sucesso do Doomguy em frustrar os planos demoníacos em Doom II: Hell on Earth e Final Doom, uma política planetária é estabelecida para colocar em quarentena as instalações de pesquisa da U.A.C. com níveis apocalípticos de radiação. Durante anos, estas instalações ficaram inertes e abandonadas, até que um satélite há muito esquecido que monitora uma das instalações, mal funcionando devido aos anos de exposição aos altos níveis de radiação, envia uma mensagem de volta à Terra.

A mensagem indica que uma única entidade, com vastos poderes de regeneração e ocultada pelos níveis extremos de radiação, escapou da detecção mesmo que bem estropiada. Essa entidade, chamada de Mother Demon, alterou sistematicamente os cadáveres em decomposição de volta a um estado de tecido vivo corrompido, ressuscitando assim as criaturas infernais.

Como o único sobrevivente experiente de eventos demoníacos de tais magnitudes, o Doomguy é enviado sozinho para dar um jeito na situação novamente. Mais tarde, ele percebe que os demônios planejaram isso, depois que, sem saber, permitiu ser atraído de volta ao Inferno. Os demônios são incapazes de derrotá-lo, e com a Unmaker, o nosso herói eventualmente destrói a Mother Demon.

O jogo termina com o fuzileiro, incapaz de ter uma vida normal após seus encontros com as forças do Inferno, decidindo permanecer neste local para sempre para garantir que nenhum demônio ressuscite novamente. Bom, boa sorte neste seu próximo tour.

Nos Lost Levels da remasterização de 2020, a história continua quando se revela que a Mother Demon tem uma irmã gêmea chamada “Ressurreitor”, quem bane o Marine de volta para Phobos, forçando-o a abrir seu caminho de volta ao Inferno para impedir o pandemônio novamente.

O Doom 64 conecta o que aconteceu nos jogos originais com os eventos do Doom 2016 e Doom Eternal, mas acho que inventaram tanta complicação e nerdice pretensiosa nestes que, independente da alta qualidade dos dois, já retirei seus enredos do meu cânone pessoal. Pra mim, depois do Doom 64, começam os eventos do sans.

Curiosidades

  • O Doom 64 original foi desenvolvido sobre uma versão modificada do engine do Doom. Já a versão remasterizada, criada pelos Nightdive Studios (a mesma firma do Blood: Fresh Supply e do remaster do Quake) usa o Kex Engine.
  • O jogo foi lançado originalmente em 4 de abril de 1997 na América do Norte, enquanto saiu para as regiões PAL em 2 de dezembro daquele ano. Já o relançamento saiu para Windows, Switch, PSX e Xbox One em 20 de março de 2020 e, em 12 de maio de 2020, para Stadia.
  • O Doom 64 teve seu lançamento adiado. Um escritor da revista Next Generation especulou que isso se devia à id Software ter expressado insatisfação com os designs de nível, uma afirmação que não se encontra em nenhuma outra fonte.
  • A decisão à época da Nintendo de remover a capacidade de atropelar animais da versão N64 do Cruis’n USA levantou preocupações sobre a possibilidade de censurar Doom 64, mas o vice-presidente de software da Midway, Mike Abbot, disse que a firma japonesa não havia manifestado nenhuma preocupação sobre o conteúdo “violento” deste jogo, apontando que o Cruis’n USA era visto pelo público como um game para a família, enquanto a série Doom era voltada para jogadores maduros.
  • Ao contrário do que seu manual parece sugerir, o Doom 64 não se passa em Marte, mas sim em Phobos, um dos satélites naturais do Planeta Vermelho.
  • Em julho de 2019, uma avaliação do Doom 64 para PS4 e PC teria vazado, sugerindo que o então exclusivo cartucho do Nintendo 64 seria finalmente portado para outras plataformas, o que, como agora sabemos, acabou sendo concretizado.
  • A Midway originalmente queria recriar todos os inimigos originais dos seus predecessores, mas devido aos prazos e restrições de memória do cartucho do Nintendo 64, tiveram que deixar de fora o Heavy Weapon Dude, Revenant, Arch-Vile e a Spider Mastermind. Alguns ports não oficiais/mods para Doom criaram substitutos para estes inimigos.
  • O Nightmare Imp foi originalmente desenvolvido para a versão de PlayStation de Doom e apareceu em uma versão beta quase completa, mas foi removido pouco antes do lançamento por razões desconhecidas.
  • Em 2016, o artista Greg Punchatz mostrou ao mundo as esculturas que a Midway usou como modelos para criar os monstros do Doom 64. Punchatz também trabalhou no Doom 2, criando os modelos do Arch-Vile, Mancubus, Revenant e Spider Mastermind. Vários modelos não foram utilizados, incluindo um para um inimigo Hellhound e outro que se assemelha a uma figura feminina (às vezes considerada uma Arch-Vile conceitual).
  • Os ambientes foram construídos a partir de modelos de polígonos tridimensionais, e os inimigos foram criados por sprites pré-renderizados com estações de trabalho SGI.
  • A versão japonesa do game foi censurada, apresentando espirros de sangue coloridos de verde, embora o sangue nos cadáveres e gibs continuassem vermelhos.
  • Como o Doom 64 original não estava disponível no PC por décadas, vários ports não oficiais foram criados por fãs ao longo dos anos. Doom 64: Absolution, lançado em 1 de julho de 2003, é um mod de Doom que recria o Doom 64 com vários níveis extras. Outro exemplo é o Doom64EX, que foi lançado em 24 de junho de 2009 e, ao contrário do Absolution, apresenta o cartucho de N64 100% recriado no Windows. Tem muitos mais ports e mods não oficiais do game para PC aqui!
  • O Doom 64 foi desenvolvido a partir de 1994 pela Midway Studios San Diego sob a supervisão da id Software, que ofereceu alguma supervisão criativa e assistência técnica. O programador Aaron Seeler, em particular, trabalhou em estreita colaboração com John Carmack no mecanismo de renderização 3D do jogo.
  • Durante o desenvolvimento, o game foi provisoriamente intitulado “Doom: The Absolution” (o que explica o nome do Doom 64: Absolution e de alguns de seus derivados).
  • Devido às grandes mudanças feitas no formato do mapa para suportar iluminação colorida e scripts de macro, Seeler criou um programa de edição totalmente novo para o projeto chamado DEX.
  • Na edição de 2020 do jogo, os sprites do medikit, stimpack e berserk pack foram editados para que as cruzes fossem azuis em vez de vermelhas. Isso ocorre porque os “direitos” do símbolo da cruz vermelha são de propriedade do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (que expressou preocupação de que o uso do símbolo em videogames reduz seu significado especial) e seu uso em videogames viola tecnicamente as Convenções de Genebra. Ou seja, a mesma PALHAÇADA que aconteceu com os Dooms da BFG Edition.
  • A nova arma do D64, a Unmaker, já tinha seu conceito presente na Doom Bible e foi originalmente concebida para estar na sequência do próprio Doom. De acordo com a Doom Bible, a Unmaker é uma “arma de tecnologia demoníaca que fere muito demônios puros, demônios humanos muito pouco, e mais ou menos demônios tecnológicos”. Antes do Doom 64, ela está presente apenas no Doom v0.2, uma das versões alpha do clássico. Depois, aparece no Doom Eternal.
  • O fato da atmosfera do Doom 64 ser mais sinistra que a dos originais é em parte devido à nova trilha sonora, a qual consiste em sons atmosféricos horripilantes. Estas músicas foram compostas por Aubrey Hodges (tem uma entrevista), quem assinou a trilha sonora dos PSX Dooms dois anos antes.
  • Muitas capturas de tela em reviews de revistas da época exibem um uso muito mais conservador de iluminação colorida, com o recurso sendo usado com mais frequência para simplesmente criar contraste e sombreamento ou destacar objetos importantes. Isso contrasta com a versão final, que aplica algum tipo de paleta, mesmo que sutil, a praticamente todas as superfícies e espaços do jogo. O Nevander reproduziu esta paleta do Doom 64, junto às texturas, em um de seus mods.
  • Provavelmente devido às limitações técnicas que vieram com o avanço dos títulos subsequentes — como o Doom 3, Doom 2016 e Doom Eternal — o Doom 64 é, até o momento, o último jogo oficial da franquia a ter cadáveres persistentes de inimigos depois de mortos (exceto em certos níveis que apresentam eventos scriptados).
  • A Midway afirmou que um modo multiplayer não foi incluído porque a Nintendo não forneceu os recursos necessários para programá-lo. A Midway justificou a decisão com base numa suposta lentidão durante sessões em splitscreen em outros jogos do console e na natureza competitiva do modo. Um representante desta firma afirmou que “todo mundo sabe que a melhor parte de jogar multiplayer é não saber onde seu oponente está e, com uma tela dividida para quatro jogadores, todos podem ver facilmente onde estão seus oponentes”. Isso foi desculpa de peidorreiro ou cara falou bobagem aí. Splitscreen quebra o galho demais, inclusive jogamos muitos dukematches no Duke Nukem 3D do próprio N64 com o meu primo (ele tinha o console), e era bem divertido.
  • Após o lançamento do Doom 64, a sua equipe original estava trabalhando em uma possível sequência intitulada “Doom Absolution”, projetada apenas para deathmatches 1 contra 1, mas este projeto foi cancelado. Como a id Software ficou impressionada com o seu trabalho, esta equipe foi designada para a versão de Nintendo 64 de Quake naquele momento. Coincidentemente (se bem que provavelmente não), o Brutal Doom 64 conta com um modo especial somente para deathmatches.

Screenshots

As capturas acima são do Doom 64 remasterizado.

Sobre o download

O Doom 64 é um jogo normalmente pago que pode ser encontrado para PC (Windows) nas lojas da Epic, Steam e GOG, sendo que nosso para download aqui leva a esta última, onde este FPS vem sem DRM (dá pra jogar offline e tal). Para outras plataformas, acesse as lojas oficiais das respectivas que deve ter lá.

Idiomas: inglês, francês, alemão, italiano e espanhol (Espanha).

Requerimentos em sistema

Mais informações e Doom 64

Download e ficha técnica

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