O Doom precisamente como era na década de 1990, só que sem DOSBox ou gambiarras.
30 de setembro de 2016
Chocolate Doom é, em poucas linhas, um port avançado do Doom criado por Simon “Fraggle” Howard com o objetivo de reproduzir fielmente a experiência do Doom original, tal qual como rodava no saudoso MS-DOS, mas no Windows e em outros sistemas operacionais modernos, ou seja, sem a necessidade de DOSBox ou alguma outra gambiarra.
Desde 1998, quando a id Software liberou o código fonte do Doom pro público, vários programadores criaram os chamados ports avançados, engines baseados neste código que retiravam várias limitações e adicionaram várias novidades em relação ao vanilla, como o ZDoom, GZDoom e o Zandronum. O Chocolate Doom, por sua vez, procura ser uma reprodução precisa do game como ele era jogado nos anos 90, sendo bem conservador para não alterar a gameplay original, embora traga algumas melhorias de ordem técnica ou estética (listadas a seguir).
O código-fonte do Chocolate Doom é livre (GNU General Public License) e pode ser portado para uma grande variedade de sistemas operacionais além das que já tem disponíveis no site oficial.
Já o nosso Velharia 11, o vídeo anterior, foi gravado com a versão do Heretic do port, Chocolate Heretic.
Funcionalidades
Apesar de restringir as alterações no gameplay do Doom, mantendo inclusive os bugs, o Chocolate Doom oferece algumas funcionalidades interessantes que podem ser vantajosas, além da compatibilidade com sistemas operacionais modernos:
Além do Doom clássico e Doom 2 ele também conta com versões para Heretic, Strife e Chex Quest. O Chocolate Strife inclusive foi usado como base para o Strife: Veteran Edition, um relançamento deste jogo com um engine mais avançado que lhe garantiu várias melhorias em relação ao original.
Emulação acurada da ENDOOM, aquela tela escrita em texto que aparecia no DOS quando o jogo terminava. Vários ports não implementaram esta tela, mas vários WADs a modificam em vários modos artísticos e interessantes.
Promete compatibilidade total com o Doom 1.9, incluindo carregar demos, savegames, arquivos de configuração e compatibilidade com o Dehacked e o HHE (seu equivalente pro Heretic).
Suporte extra para joysticks e gamepads que vai além da oferecida pelo Vanilla Doom;
Compatível com o formato de demo do Doom 1.91, que removia a limitação na resolução ao reproduzir demos no Doom original. Para gravar demos neste formato, basta usar o parâmetro -longtics na linha de comando, por exemplo: chocolate-doom -longtics -record demo
Pseudo emulação da Gravis Ultrasound (GUS), uma série de placas de sons popular nos anos 90 para jogar, oferecendo reprodução superior e tal. O Doom era um dos poucos jogos que eram compatíveis com a GUS e o Chocolate Doom oferece uma reprodução de música similar a ela. Para usar esta funcionalidade, você precisa de baixar também a GUS patch files, colocar na pasta do Chocolate Doom e rodar o setup.
Suporta reprodução de músicas OPL MIDI, o que significa as músicas do Doom exatamente iguais como quando eram tocadas na Sound Blaster (outra antiga e placa de som).
Emulação de PC Speaker, aquele antigo auto falante que os PCs de antigamente tinham e usavam para músicas e efeitos sonoros, embora bem menos potente que as placas de sons. É bastante nostálgico.
Multiplayer melhorado em relação ao Vanilla Doom, que inclui partidas via Internet (por IP, ao invés de IPX), LAN e servidor dedicado. O gameplay é idêntico, só difere em questões técnicas (seguindo a filosofia do port). Isso é muito interessante. Veja mais informações e instruções aqui.
Tira screenshots no formato PNG. O Vanilla Doom tirava screens apenas no formato PCX, um formato obsoleto que é chato de mexer atualmente, por não ter muitos programas modernos compatíveis com ele. O Chocolate Doom manteve isso, porém adicionou o suporte ao formato PNG, mais prático, sem perda, com correção de taxa e escalando a imagem para a resolução 1600×1200.
Pode ser portado para outros sistemas operacionais. Além do Windows (NT 3.51, 95, 98, 2000, XP, Vista, 7 e 10) e o Mac OS X, o Chocolate Doom rodou no Linux, BSD e no Solaris. Veja mais informações sobre portabilidade deste port aqui.
Suporta variadas resoluções de vídeo, muito mais que o original, pode ser jogado em janela e em modo de três telas. Este último modo existia nas primeiras versões do Doom mas desapareceu nas versões 1.2 em diante.
Utilitário de configuração no estilo do setup antigo do Doom, bem MS-DOS, mas para o Windows e um pouco diferente do que virou comum hoje em dia, mas é prático o suficiente;
Embora ele possa ser usado em linha de comando para usar algumas opções mais avançadas, para jogar rapidamente, basta jogar o IWAD (DOOM.WAD, DOOM2.WAD, HERETIC.WAD etc.) na pasta do Chocolate Doom e usar o utilitário de configuração para começar a jogar tranquilamente.
Suporta PWADs. Embora o Chocolate Doom, por razões óbvias, não seja capaz de rodar mods que alteram o gameplay (comportamento de monstros, armas etc.), é capaz de rodar milhares de WADs que oferecem novos mapas, como o E1M4b e o E1M8b e novas sprites, como da Estrela da Morte. Ou seja, respondendo antecipadamente a algum incluso, o Chocolate Doom não roda o Brutal Doom.
Compatibilidade com o ZDL. Funciona de boa e suave com este prático launcher do Doom.
Simulação de mescla de WADs. O Chocolate Doom simula este comportamento de ferramentas como DeuSF ou NWT, sem necessidade de realmente fazê-lo, como alguns mods precisavam antigamente para rodar. Isso significa compatibilidade com várias conversões totais (TCs) também. Mais informações aqui.
Screenshots
Apenas alguns dos diferentes games e mods que o Chocolate Doom suporta. Clique para ampliar.
Mais informações e source ports
Wiki oficial do projeto – Com muito mais informações sobre o Chocolate Doom, mas tudo em inglês.
Crispy Doom – Um fork do Chocolate Doom que mantém sua proposta original, porém extrapola os limites ao adicionar uma série de melhorias e funcionalidades avançadas.
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